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E a danada da inveja, heim... xô! xô!

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segunda-feira, 14 de julho de 2008

A ilusão do poder (Zelinda Barros)

A luta das mulheres se institucionalizou... e o que isto significa? Inúmeros ganhos, sem dúvida, mas perdas também. Boa parte das perdas está atrelada ao fato de que os ganhos ocorreram num contexto político em que tudo é tornado moeda de troca, até mesmo as convicções morais. Visando “ganhos” para as mulheres, passamos a um estágio em que a dimensão da troca afetiva, da lealdade, do cuidado com a outra passou a ser visto como piegas – o importante é poder...

“Poder” o quê mesmo? Poder dissimular, poder trapacear, poder tecer intrigas, poder definir quem pode, poder, poder, poder... Estamos num turbilhão, mas... para onde vamos?

É preciso um repensar e um agir urgentes no sentido de retomarmos algo que na educação das gerações passadas era dado pela força do exemplo. Como seguir algo ou alguém em que/quem não se acredita? Como agir com solidariedade, se muitas alcançam o poder e beneficiam as que fazem parte do seu círculo, esquecendo tantas outras anônimas? Como ter esperança, se acordos são forjados com facções espúrias, antes antagônicas? Como confiar, se mal damos as costas e começam a nos difamar? Como falar em diversidade, se apenas as “iguais” fazem parte do círculo das eleitas?

É, mulheres, precisamos rever práticas, reforçar o que nos edifica e expurgar o que nos faz mal...
Apesar de tudo, confio na possibilidade de mudança e, assim como Martin Luther King em relação aos brancos, acho que “...precisamos acreditar que os mais desnorteados dentre eles podem aprender a respeitar a dignidade e o valor de cada personalidade humana.”(King, 18/09/1963)

A educação e a abertura à possibilidade de transformação são a base de tudo... quem comer desse pão viverá!