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E a danada da inveja, heim... xô! xô!

quinta-feira, 17 de abril de 2008
Mais poesias... sentir e pensar... e agir!!! (Zelinda Barros)
Todos negam o teu direito
Julgam que a ti podem preterir
Mas tu,
dama negra e bela
Leva-nos a um lugar mágico
e misterioso
onde todo gênio rende-se
à tua mais verdadeira sabedoria.
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SOLITUDE
A mim não faltam palavras,
A mim não faltam pensamentos
O que faltam são pessoas
A mim faltam momentos.
Triste sina
a de quem pensou que podia
E passou a vida a achar-se só
Pois, quando de súbito acorda
Vê-se impedido de desatar este nó.
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Os olhos vêem,
A boca sorri
Nem tudo o que vêem é belo
E o sorriso ainda permanece
O alimento à visão é raro
A boca alimenta-a com um sorriso.
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FÃ
Nunca te vi
Sempre te admirei
Costumo te sentir
Nunca contigo estarei
Recolho-me ao som do silêncio
Que é a voz da solidão
Meu corpo com os olhos
a tua presença anseia
A mente abranda
o calor do coração
__________ x __________
Nada sei de novo
Tudo em mim já foi visitado
Unicamente visitado
Por mim mesma
Nas saídas sorrateiras da imaginação
Viajei em círculos
Não dei voz ao cansaço
Hoje,
vejo-me vazia de procura
Quero alguém
que resgate essa busca,
essa curiosidade por mim mesma.
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Gosto do nada,
que em si encerra mil possibilidades
Não simpatizo com o tudo,
que parece não admitir o vazio
A sensação de saciedade
me incomoda
Admiro a procura,
A busca constante
amo o instigante.
O nada sobrepõe-se ao tudo
mal feito
às esperanças inscientes
às necessidades vãs
aos desejos válidos
não saciados.
__________ x __________
Minha mente navega
como uma nau
desbravando novas terras
nesse mundo nodo
chamado imaginação
Não busco terra firme
Aprecio apenas a viagem
Que seja insólita enquanto dure!
__________ x __________
VIDA
Amiúde fútil
nas imagens que nos transmite
Cega
aos apelos da sorte
Nefasta
àquele a quem abraça a morte
Alegria
dos amorosos consortes
Tristeza
Do fraco, antes forte
Útil
como a cicatriz ao corte
__________ x __________
Me preocupa
A carência dos desvalidos
A insciência dos alienados
O arrivismo indecente
Me comove
A vida dos marginalizados
A ingenuidade dos carentes
A fraqueza da mente
Me revolta
A usura dos “ricos”
A desunião
O desamor
O desapego ao chão...
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POLIT...
Sórdidos otários
Arrivistas irracionais
Abutres mercenários
Homens de mente insana
de coração vazio
Políticos
nas palavras
Politiqueiros
nas ações
Raça de vermes!
Oxalá sejam expatriados
Sepultados
na sua pequenez moral
e materialismo burro.
__________ x __________
Sinto-me suja
Apesar da água
Sinto-me doente
Apesar da ciência
Sinto-me só
Apesar das pessoas
Sinto-me desprotegida
Apesar da polícia
Sinto-me em desarmonia
Apesar da natureza
Sinto-me... excluída
__________ x __________
Não se engane
Nunca poderei saciar-te
Matar tua fome,
tua sede
Sou como água salobra
Ao teu paladar
sou juá bravo
Sou ácido a corroer-te os sentimentos
Sou da cobra
o letal veneno
Leve à outra presença o teu pensamento
Não faça de tua vida um
Tor-men-to
__________ x __________
FILHA DA RUA
Menina descalça
Menina guerreira
A lua mãe
Pra ti sorri
à noite
Te aconchega
com sua luz materna extremosa
Promete dias melhores e sonhos
Pra colorir tua vida
curar tuas feridas
Não esqueça
em ti ela está presente
Toda noite não dorme
pra te agradar
As estrelas piscam brilhantes
pra teus sonhos iluminar
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PAISAGENS
Janela aberta
Visões passageiras
Por ti passam o moleque
A morena faceira
Capta momentos
Alimenta pensamentos
Tens a visão do homem na lida
És o esboço
Da magnânima vida!
PICHADOR DA CIDADANIA
Desce!
Seus gestos não são verdadeiros
Sua mente é vil e traiçoeira
Desce!
Iguala-se à sua altura moral,
à sua consciência perniciosa
Desce!
Devolve o lugar a quem trabalha,
a quem luta,
sua e, sobretudo,
raciocina
(Fica a promessa de figurar na história como é devido aos de sua espécie!)
__________ x __________
MARGINALIZADOS
Esbarram-se nas vielas
Convivem com a beleza pungente da vida
que só tem valor nas mãos do artista
Vivem (?!)
Conterrâneos da tristeza,
marginalizados
Desiguais?
Não. Humanos.
Portadores da condição que oprime,
insensibiliza,
flagela.
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BRILHO VÃO
Brilhar?
Como,
se a miséria ofusca os olhos dessa gente?
Quem há de me ver brilhar?
Como transpor as barreiras
E chegar à mente,
À alma
E transformar
A POBREZA MORAL
Em
SOLIDARIEDADE?
O quê?
Não diga que sou utopista
que sou ingênua
que sou rancorosa
por não querer ignorá-los e
RECOMEÇAR
Pergunto:
Feito o castelo de boas expectativas
Vê-lo destruído a ca-da-di-a
Como não sonhar,
Acreditar,
Decepcionar-se
RESSENTIR-SE?
__________ x __________
A fuga é útil
Amo a ele
Mas não ele a mim
Então sofro
Sofro só,
choro sozinha
E fujo.
Busco risos,
busco festa,
busco vinho,
Ele não encontro
Então, fujo.
Procuro disfarçar
Invento emoções que não sinto
Encubro a mim mesma
Continuo nessa procura
Busco o amor dele – ÚNICO
Espero que encontre o meu
Não consigo
Então... fujo.
__________ x __________
Construo castelos de sonhos
E me aprisiono neles
Num cárcere
Feito de imagens
Crio fantasias
Imagino um mundo que não me pertence
E ouso reinar sobre ele
Quando verdadeiramente me vejo
Encontro-me só
As pessoas que me cercam
quase não as vejo
Procuro outras
E quando não as encontro
fabrico
Me relaciono de forma íntima
Com seres etéreos
Travestidos de humanos
Enxergo olhares de ofuscante brilho
Mas... não sou eu quem os desperta
Penso e converso animadamente
com esses meus personagens
Amo, brinco,
brigo com eles
Talvez por medo de verdadeiramente amar,
brincar,
brigar
com pessoas.
__________ x __________
No primeiro contato
Foi como um camponês sem jeito
Sem saber como fazer para deixar à vontade um visitante citadino
Que me senti
Senti que o meu trivial,
o meu feijão de arroz acadêmico
poderia servir para, ao menos, estabelecer um contato
Porém,
percebendo que a minha intelectualidade de superfície não poderia proporcionar um contato que transcendesse o superficial
calei-me
Passei a observar e a maravilhar-me,
A aproveitar cada momento com você
Sua sutileza e seu olhar (Ah! O seu olhar...) me encantaram
Confesso que esses dias foram especialmente reveladores para mim
Encontrei-me com um ser que não sabia possível ser revelado a mim mesma (e, por mim mesma)
Graças a você...
Não sabia que tinha esse potencial
Não sei se vamos,
um dia
voltar a nos encontrar
Guardo essa lembrança-agradecimento
Lembrança
da possibilidade transformadora que foi o nosso encontro
Agradecimento,
por fazer de mim alguém mais apta
a captar os sinais de estar no mundo
com múltiplas pessoas,
dotadas de múltipla capacidade de amar.
__________ x __________
SOLIDÃO
Quando se está só
o mundo é mudo
mas toca bem no fundo
um samba de uma nota só.
Quando se está só
o tempo é longo
porém,
aguda e viva é a dor
de não poder ficar só
Se não estou só,
se a solidão não vem a mim por um segundo
não posso gozar da companhia
de quem me faz sol,
me faz mundo.
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AMIGOS
Amigos andam
Amigos abraçam
Amigos acompanham
Amigos aconselham
Amigos amam
Amigos querem bem
Amigos vigiam
Amigos brigam também
Quem não sabe ser amigo
Quem não sabe amar ninguém
Não enxerga a si mesmo
Nem o bem refletido em alguém.
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ESPERANÇA
Às vezes fala
Às vezes cala
Às vezes grita
Muitas vezes acalma
Às vezes choro
Muitas vezes riso
Às vezes corrida
Muitas vezes caminhada
Às vezes desilusão
Muitas vezes certeza
Às vezes desespero
Sempre, esperança.
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Quero a brisa
A brisa nordestina que traga fala mansa
Quero o sal
O sal
que o doce ressalta
Quero o sol
O sol
Reinando nas matas
Quero o dia
O dia
que abriga a noite
e a madrugada fria
Quero a vida
a vida que habita em mim
a vida que teu existir anuncia.
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O amor não morre,
Cochila
O amor não nega,
Abraça
O amor não prende
Liberta
O amor não tolhe
Incentiva
O amor não tem ciúme
Confia
O amor não passa
Permanece
O amor não une corpos
Une vidas
O amor não basta em si
Amplia-se
O amor não é indivisível
É compartilhado
Rasgos poéticos (Zelinda Barros)
Não me apego ao passado
Não necessito do presente
Agarro-me ao fugidio futuro
Com a força das mãos
E a incerteza da mente.
Não convivo bem com o pré-estabelecido
É preguiça que não tenho
Sou um ser pensante
Não assimilo preconceitos
Antes, os rejeito
Pois têm o valor do que é gasto, inútil
__________ x __________
Histórias ocorridas
Ilusões passadas
Pessoas em diligência
Povo lento em sua
Diária maratona
Porvir indefinidamente impalpável.
__________ x __________
Aos meus inimigos,
perdôo
Aos falsos amigos,
repudio
Aos que me evitam,
respeito
aos que com falsos sorrisos a mim cobrem
Ah! Pra esses,
Guardo doces beijos amargos...
__________ x __________
Navegue num rio de lágrimas
E chegue a uma ilha de sonhos
e de desejos satisfeitos
ou... a um abismo de angústia
e frustração.
__________ x __________
O mal por si só não se destrói
Usando bem a criatividade
E abusando da solidariedade
Podereis controlá-lo.
__________ x __________
Falo a verdade pois a amo
Não aquela inventada, refutável
E sim a que é de mim nascida
A que vem das minhas origens
A que faz de mim livre e orgulhosa
Ciente da importância do grito
E da força do silêncio
A que me faz... cidadã.
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A MORTE, QUE PENA...
Loucos! Querem tirar o bem
de quem dele fez mal
Querem dizer sim à ignóbil execução
Querem calar o grito, o crime,
a má ação
E sujar de sangue a consciência numa atitude mortal
Vão implantar a pena
Com um ato vão tirar de cena
Aquele que da vida sonhada
não sentiu o sabor
Aquele que não respeitou a morte
e à vida não deu valor...
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Novos tempos,
novos dias,
Novas técnicas,
novas tecnologias
Novo momento,
nova era
Velhos preconceitos,
velhas quimeras...
Época de viver
Época de amar
Época de saber falar e escutar
Época de discorrer,
De lutar.
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Insone
em noite de lua cheia
Lobo uivante,
Nuvens de algodão
Insano
pelos desejos selvagens
que a mente audaz impõe
ao coração.
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Novas tendências,
novos mitos
Jogos de poder
e conflitos
Seguem-se os velhos ritos
Continuam dominando
[os ricos]
Instauram-se novos limites
Novas ordens sociais
Promovem a fome e a guerra
Negam a disseminação da paz.
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