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E a danada da inveja, heim... xô! xô!

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A INCOERÊNCIA É O REGIME (Zelinda Barros)

Em uma de suas músicas, Caetano Veloso diz que aqui no Brasil “a indefinição é regime”. Discordo. Não há indefinição, há incoerência, pois publicamente muitos(as) defendem sem hesitação um determinado ponto de vista e, no aconchego do seu lar ou nos bastidores, agem de forma escandalosamente divergente. Chovem denúncias de políticos(as) que prometem moralidade, mas agem como verdadeiras aves de rapina quando se apropriam do erário público. Outros(as) se dizem defensores(as) dos Direitos Humanos, mas os únicos direitos que efetivamente defendem são os seus próprios, de seus familiares e/ou correligionários, em detrimento dos(as) demais. Para estes(as), a vida parece ser algo radicalmente defensável, desde que seja a sua própria ou a de seu grupo social, político ou étnico-racial. Muitos(as) se dizem anti-racistas, mas se calam vergonhosamente diante do sexismo e da homofobia; ou, se dizem anti-sexistas e/ou anti-homofóbicos(as) e são racistas. Um número expressivo de pessoas publicamente clamam por paz, mas alimentam a violência com o consumo desenfreado de drogas em suas festinhas e encontros privados. Há definição sim. Discursos bem estruturados, ideologicamente embasados, mas completamente vazios de sentido prático porque não se faz o que se diz. O “normal” é ter uma ética que privilegia a emissão pública de uma opinião afeita ao discurso politicamente correto, mas que é frouxa o suficiente para permitir o “jeitinho” quando for pessoalmente conveniente. Em vez da situação social que ora presenciamos, com o total descaso em relação à educação e à saúde dos menos favorecidos no país - que mata por ignorância e negligência, precisamos mais que urgentemente de uma "faxina moral".

Um comentário:

Carla Cristina "kaianapaz" disse...

Êa Zelinda, precisamos de várias faxinas moral...acredito que muitas vezes a retórica faz parte do jeitinho de brasileiros/as para manuntenção de poderes. Mesmo entre as/os muitos/as que se dizem militantes. Ao ler este seu texto lembrei-me de uma frase "Somos doutores em teoria e analfabeto na prática" (não lembro da autoria)...valeu preta adorei este espaço irei passar mais vezes para ler as reflexões da Tecnológica Zelinda. Grande beijo...é Carla kaianapaz viu!